Nizam

Uma das primeiras representações da espada zulfiqar do Imam Ali no Bab al Nasr (Portão da Vitória) na cidade velha do Cairo, parte da arquitetura xiita fatímida do século XI, construído pelo vizir Badr al-Jamali, sob o governo do califa al-Mustansir. Notem a total semelhança do modelo com a mais tradicional saif árabe reta, mais utilizada na época do Profeta no século VII, que foi ao longo do tempo sendo substituída na iconografia islâmica pela representação mais popularizada atualmente, da zulfiqar como um sabre curvo de duas pontas.

Acredita-se que esta interpretação da espada de Ali como possuindo duas pontas se deve a corrupção do termo "fiqar" (vértebra), que passou a ser interpretado como firaq "distinção, divisão", por razões religiosas ("a espada que conseguia distinguir o certo do errado", devido ao status místico de Ali), e em seguida, por uma interpretação literal na arte representativa islâmica mais tardia influenciada pela religiosa, de que ela realmente possuía duas pontas, como generalizado na iconografia.

Originalmente, como relatado pelo erudito xiita persa do século IX Muhammad al-Kulayni (864-941), a espada de Ali possuía este nome porque "em seu centro havia um padrão longitudinal semelhante à coluna vertebral (faqar al-zuhr ou zuhr faqar)", e não por ter duas pontas no sentido literal, o que seria um armamento estranho ao mais comum dentre os árabes da época do Profeta.

Leia também...

A idade do Profeta em cada casamento

Verdade leva à justiça e justiça leva ao Paraíso

Não agir em benefício alheio é hipocrisia

Súplica para Proteção do Inferno