O início do século XX viu o total colapso político de todos os grandes Impérios muçulmanos do mundo, mediante invasões de potências ocidentais militarmente superiores. Do Atlântico ao Sudeste Asiático, estas antigas nações islâmicas agora estavam sob controle direto ou indireto de países cuja religião majoritária era o cristianismo.
A tão sonhada porta histórica sem barreiras para o missionarismo cristão estava finalmente aberta, e não importava qual fosse sua denominação, missionários podiam realizar o antigo sonho medieval de "acabar com o Islam".
Uma das grandes figuras deste período foi Samuel Marinus Zwemer (1867-1952) ou como era mais conhecido, "o Apóstolo do Islam". Missionário protestante americano, Samuel acreditava que após a queda de seu poder político, os muçulmanos agora seriam finalmente convencidos da verdade cristã, e bastaria somente um intenso trabalho missionário e exposição à fé para que as hordas de maometanos apostatassem do Islam.
A ideia de uma apostasia em massa de muçulmanos ao protestantismo o fez dedicar 40 anos de sua vida ao trabalho missionário no Oriente Médio e cercanias através de diversas publicações escritas, pregações agressivas e métodos controversos largamente financiados num projeto de proporções globais. Contudo, sem sucesso.
De acordo com os historiadores americanos do missionarismo protestante Ruth Tucke e Thomas Kidd, as poucas dúzias de convertidos obtidos por Zwemer foram em sua grande maioria de cristãos etnicamente árabes, que passaram de igrejas ortodoxas orientais ao protestantismo ocidental, sem qualquer expressividade de convertidos muçulmanos. Todas as somas milionárias das igrejas evangélicas investidas neste objetivo de transformação histórica do quadro religioso da Ásia e Norte de África foram em vão.
Samuel Marinus Zwemer (1867-1952) e um "árabe convertido no Egito", tratando-se, na verdade, de um cristão copta, como muitos dos supostos "muçulmanos" que "abandonaram o Islam" na propaganda missionária da época.