Osman Ali Khan ao ascender ao trono de Hiderabade | Wikimedia
Osman Ali Khan (1886-1967) — o último nababo da dinastia Asaf Jahi. Esta dinastia governou o Reino de Hiderabade e traça suas origens em povos túrquicos da região de Samarcanda (atual Uzbequistão). Esta família chegou na Índia no fim do Século XVII e se tornaram clientes do Império Mogol.
Ele era tratado pelo título de "Sua Alteza Exaltada", o nizam (governante) de Hiderabade. Ele foi uma das pessoas mais ricas de todos os tempos e teve muitos descendentes, alguns dizem que chegou a ter entre 34 e 149 filhos. Em 1937, estampou a capa da revista Time como sendo a pessoa mais rica naquela época.
Pintura de Osman Ali Khan | Wikimedia
Ele foi um líder benevolente que patrocinou a educação, a ciência e o desenvolvimento de Hiderabade. Durante seu reinado de 37 anos, a eletricidade foi introduzida na região, bem como ferrovias, estradas e vias aéreas. Ele ficou conhecido como "O Arquiteto da Hiderabade moderna" e estabeleceu diversas instituições públicas na região, incluindo a Universidade Osmania, Hospital Geral Osmania, o Banco Estatal de Hiderabade, o Aeroporto de Begumpet e o Supremo Tribunal de Hiderabade. Dois reservatórios, Osman Sagar e Himayat Sagar, foram construídos durante o seu reinado, para evitar outra grande inundação na cidade (em 1908 a região foi devastada por uma grande inundação).
Osman na inauguração da Universidade Osmania | Wikimedia
A princípio, o nizam gostaria de fazer parte da Índia. No entanto, após a Independência da Índia em 1947, o nizam não quis ceder seu território para a nação recém-formada. Naquele momento, seu poder estava enfraquecido por causa da Rebelião Telangana e por causa da ascensão de uma milícia chamada Razakars. Em 1948, o exército indiano invadiu e anexou o Estado de Hiderabade e o nizam teve de se render. Após a independência, ele se tornou o rajpramukh (governador) do Estado de Hiderabade entre 1950 e 1956, quando viria a ser particionada entre três territórios: Andhra Pradesh, Karnataka e Maharashtra.
Após perder o trono, Osman continuou em seus esforços para servir ao povo. Em 1951, começou a construção do Hospital Ortopédico Nizam e cedeu ao governo por 99 anos pelo valor simbólico de uma rúpia indiana por mês. Ele também doou 14 mil acres de terra para o movimento Bhoodan que visava redistribuir terras cedidas voluntariamente para agricultores sem-terra.
Osman faleceu em 1967. Ele desejava ser enterrado na Mesquita Judi, em frente ao Palácio do Rei Kothi. O governo declarou luto no dia em que seu corpo foi enterrado, um dia após a sua morte. Milhares de pessoas de todas as partes do estado compareceram no sepultamento de Osman.
Pessoas na procissão fúnebre do nizam | Wikimedia
Referências:
The Muslim Archive.
HYDERABAD: Silver Jubilee Durbar. Time.
Nature Discovery in Telangana. Telangana Tourism.
"A Memorable Republic Day". pib.nic.in.
"The Last Nizam who put Hyderabad on global map".
The Seventh Nizam - The Nizam's Museum Hyderabad, Telangana, India.