Nizam

O homem é como uma concha e a mulher como uma pérola. Não há identidade perfeita entre a concha e a pérola. Mas uma concha sem pérola não tem valor. E uma pérola não pode existir sem a concha.

Porém, os fanáticos espalham idéias falsas para semear a confusão na cabeça das mulheres. Eles afirmam que os homens não concedem a elas a plenitude de seus direitos e que elas não têm direitos idênticos aos dos homens.

Mas isso é uma loucura. Vocês acreditam mesmo que uma concha daria os direitos de que dispõe a uma pérola? Uma pérola é uma pérola. Ela é perfeita enquanto tal. A concha também é perfeita por ela mesma.

Para ilustrar o que estamos dizendo agora, todos os Livros Sagrados mencionam que Deus Todo-Poderoso cria primeiramente a concha. E em seguida a pérola. Isso significa que o primeiro ser criado foi Adão e que, dele, foi criada logo depois a mulher. Como uma pérola.

O homem tornou-se então a concha. Ao mesmo tempo ele tornou-se uma proteção para a mulher. Sem essa proteção, a pérola não poderia existir. Tudo isso é arranjado pela Sabedoria Divina. Ela arranja a vida da humanidade neste planeta. Até o Dia da Ressurreição.

A perfeição para os representantes dos dois sexos reside na sua satisfação em ser aquilo que eles são. Um é um homem e o outro é uma mulher. Se um dos dois não está de acordo e deseja trocar de sexo, então deixa de estar conforme sua natureza. Uma mulher que deseja ser um homem, ou um homem que deseja ser uma mulher, são malditos por isso. Eles são malditos também por todos os profetas. Eles são malditos por todas as criaturas.

A perfeição para um homem significa que ele está 100% satisfeito de ser um homem. Para uma mulher, que ela está 100% satisfeita de ser uma mulher. Se não for esse o caso, e se eles desejam assemelhar-se ao sexo oposto, então a maldição se abate sobre eles.

O paraíso estava vazio quando o primeiro homem foi criado. Ele encontrava-se no Jardim do Éden. Adão sentia-se só, pois não havia ninguém que se assemelhasse a ele. Ele estava só. Ele sentia o peso da solidão. Ele estava entediado. Alguma coisa lhe faltava, mas ele não sabia o quê. O paraíso era repleto de perfeição, mas esses sentimentos lhe davam a impressão de que algo estava incompleto.

Então, Deus Todo-Poderoso deu ao primeiro homem, ao pai da humanidade, em um segundo, enquanto ele estava dormindo, uma nova criação: Eva (que a Paz seja com ela). Adão abriu os olhos. Nossa mãe estava sentada ao lado dele. A beleza de todas as gerações futuras das mulheres estava expressa em Eva. Ela assemelhava-se a uma lua cheia. Vocês conseguem imaginar essa beleza?

Tudo isso foi concedido a Adão. Assim, quando ele a viu, ele constatou que o paraíso estava completo, que ele era perfeito. Deus Todo-Poderoso criou o primeiro homem e, dele, criou a primeira mulher. O homem foi o primeiro e Eva a segunda.

O homem está sempre voltado para a terra. Ele é feliz com a terra, pois ele foi criado de um punhado de terra. Mas as mulheres são habitualmente mais interessadas pelos homens do que pela terra. Adão foi criado de um punhado de terra. Seus sentimentos pela terra são de natureza filial. Como se a terra fosse sua mãe. Ele ama muito a terra, enquanto que as mulheres amam muito os homens.

Aos homens e às mulheres foi dada a perfeição. Não se pode dizer que os homens e as mulheres são idênticos. Fisicamente, não há igualdade entre eles, uma vez que são diferentes. Mas eles são iguais ou idênticos ao olhar de Deus, na Presença Divina. Cada pérola está assentada com uma concha. Vocês, enquanto pérolas, estarão assentadas com suas conchas na Presença Divina, com sua proteção. Esta é a mais alta distinção para uma mulher e para um homem.

Os homens devem ser reconhecíveis perante Deus por suas mulheres e as mulheres devem ser reconhecíveis por seus maridos. Cada um deve se comportar e agir em conformidade com a sua natureza na Presença Divina. Cada um foi honrado e obteve bênçãos infinitas da parte de seu Senhor, de seu Criador. Cada um dos dois sexos, homem ou mulher, obteve bênçãos preciosas e sem limites. Cada um deveria ser suficientemente feliz de ser o que é, nesta vida aqui em baixo e na Outra.

(Tradução de Nur Dórea Gomes da Costa e 'Abd al-Walyý Maron). Londres, 19 de maio de 1991.

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