Nizam
Fonte: Encyclopedia of Islam

Gata Muezza

É impossível falar do amor do Profeta Muhammad pelos animais sem falar na sua gata, Muezza. Existem vários relatos dentro da tradição islâmica que falam a respeito da gata pertencente ao Profeta, assim como pelo seu carinho pelos gatos em geral.

Segundo muitos hadiths, Muhammad proibiu a perseguição e matança de gatos. Considerados como animais higiênicos, os gatos costumam ter a admiração dos muçulmanos.

Um dos companheiros do Profeta chamado Abu Hurayrah (literalmente “Pai de um Gatinho”) recebeu seu icônico apelido do próprio Muhammad, uma vez que também amava os gatos e costumava carregar um consigo.

Ainda segundo as histórias preservadas na tradição islâmica, um gato sedento passou perto do Profeta enquanto ele realizava sua ablução. Vendo que o gato estava com sede, Muhammad parou de realizar a ablução e colocou o recipiente com água para que o gato pudesse beber.

Outros hadiths nos contam a história de que o Profeta teria afirmado que uma mulher que maltratou um gato, deixando-o preso até que morresse por inanição, iria sofrer no inferno.

Conforme alguns relatos, Muhammad certo dia acordou sob o chamado para a oração (azan). Se preparando para comparecer à mesquita, começou logo a se vestir. Entretanto, logo percebeu que sua gata Muezza estava deitada sobre uma das mangas de sua roupa. Ao invés de acorda-la, pegou um par de tesouras e cortou a manga fora, deixando Muezza ali mesmo sem ser incomodada. Ainda conforme as histórias sobre Muezza, ela costumava dormir no colo do Profeta enquanto ele realizava seus sermões na mesquita.

Yafur, o burro

Além da gatinha Muezza, outro animal muito querido pelo Profeta do Islam foi o burrinho Yafur, usado como montaria por Muhammad.

Várias são as histórias envolvendo o burro Yafur, mas uma delas é de que ele foi presente do governador Bizantino do Egito por volta de 628. Segundo a tradição islâmica, tal burrinho conseguia falar, dizendo que era o último de uma linhagem de burros que foi utilizada como montaria por vários profetas, sendo ele um descendente do que foi utilizado por Jesus Cristo na entrada de Jerusalém, que também se chamava Yafur. Ainda segundo o burro, uma vez que Muhammad seria o último profeta, ele também era o último de sua linhagem, tendo esperado por muito tempo o Profeta, não deixando ninguém além dele monta-lo.

Existem hadiths que contam a história de que Yafur teria cometido suicídio se jogando dentro de um poço após a morte do Profeta, porém tais histórias não são confiáveis nos estudos de hadith.

Conforme outros relatos, o burrinho também teria sido útil também como mensageiro do Profeta.

Duldul, a mula

Além da gata Muezza e do burrinho Yafur, Muhammad também teve uma mula cinza de nome Duldul, presente de um governante egípcio chamado al-Muqawqis.

Duldul viveu mais um tempo após a morte do Profeta, morrendo em tão avançada idade que era necessário colocar a cevada em sua boca para que pudesse comer, uma vez que já não possuía dentes.

No Islam xiita, o Mahdi, redentor profetizado dos muçulmanos, iria aparecer na companhia da mula Duldul e do burro Yafur. Ainda segundo algumas tradições xiitas, Ali (sobrinho do Profeta) teria montado em Duldul na Batalha do Camelo, na Primeira Guerra Civil islâmica em 656, onde Ali saiu vitorioso.

Fontes

Campo, Juan Eduardo (2009). Encyclopedia of Islam. Infobase Publishing. p. 131.
Bashear, Suliman (1991). "Riding Beasts on Divine Missions: An Examination of the Ass and Camel Traditions". Journal of Semitic Studies. XXXVI (1): 37–75.
Ghandi, Maneka Sanjay (2015). The Prophet’s love for animals.

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