Nizam
www.Fonte:Iqara Islam

Omar ibn al-Khattab

Omar Ibn al-Khattab vinha de uma nobre família coraixita e, durante muito tempo, ele foi adepto dos cultos idólatras. Ele relutou muito quando a mensagem do Islam foi revelada, perseguiu os muçulmanos e, em uma determinada ocasião, saiu de casa com a intenção de matar o Profeta Muhammad. 

Quando Omar disse que mataria o mensageiro de Deus, alguém o advertiu dizendo que teria que matar sua irmã e seu cunhado, pois haviam aderido ao Islam. Omar ficou furioso, foi até a casa de seu cunhado e o agrediu com crueldade. Ao ver a cena, sua irmã tentou intervir e acabou apanhando também.

Os parentes que foram agredidos não se intimidaram e disseram que não abandonariam a religião. Quando ouviu isso, Omar pediu a sua irmã que recitasse um trecho do Alcorão, e ela o fez. 

Ao ouvir as palavras sagradas, Omar se transformou milagrosamente e se dirigiu até a casa do Profeta, desta vez não com a intenção de matá-lo, mas de se converter ao Islam. 

Por ser um homem forte, corajoso e influente, Omar se tornou um porto seguro para os muçulmanos, os protegendo de muitas perseguições, declarando sua adoção do Islam abertamente.

Omar como califa

Antes de morrer, Abu Bakr escolheu Omar para a sucessão do califado. O reinado de Omar durou entre os anos de 634 a 644 e foi marcado por uma grande expansão dos domínios islâmicos para os territórios da Síria, Iraque, Irã, Egito e Palestina.

Seu prestígio era tão grande que, quando Jerusalém foi conquistada, Omar visitou a cidade a pedido de seus habitantes e assinou um tratado entre os muçulmanos e o povo de Jerusalém.

O crescimento do Califado Rashidun fez com que Omar tivesse que tomar várias medidas para organizar o estado. Ele dividiu os domínios islâmicos em províncias para facilitar a administração, estabeleceu um órgão consultivo para assessorar o seu governo e criou um departamento financeiro para construir escolas e mesquitas.

Foi durante o governo de Omar que o calendário islâmico foi instituído. Antes, os árabes não tinham um sistema para decidir em que ano estavam. Dessa forma, as datas eram marcadas com base em eventos que haviam ocorrido em um período próximo. 

Também foi nesse período que ficou estabelecido que a hégira, ou seja, a migração dos muçulmanos de Meca para Medina, seria o marco zero do calendário islâmico. Até hoje, muitos países de maioria islâmica se orientam com base neste acontecimento.

Além de ser um excelente comandante militar e estrategista político, Omar se preocupava bastante com o bem-estar do povo. Ele tinha o hábito de sair à noite disfarçado pelas ruas de Medina, para ver se alguém precisava de ajuda.

Em uma determinada noite, Omar viu uma mulher com alguns filhos pequenos que estavam chorando bastante, pois estavam com fome. A mãe, para consolar suas crianças, colocava a panela no fogo, mas não tinha nenhuma comida para dar a elas.

Após ver essa cena, Omar decidiu ir até o tesouro e trazer todos os alimentos e itens necessários para aquela mulher. Um de seus servos, que assistia aquela cena, se ofereceu para carregar a carga do califa, no entanto, Omar respondeu: "Você não poderá carregar a minha carga no Dia do Juízo Final. Eu preciso fazer isto sozinho".

Quando entregou os suprimentos para a mulher, ela sentiu imensa gratidão e, sem saber que aquele homem era o califa, ela começou a orar em voz alta, pedindo a Deus que ele governasse no lugar de Omar. Ele começou a chorar e saiu dali sem dizer nenhuma palavra.

No ano de 644, Omar foi brutalmente assassinado por um servo persa enquanto orava em uma mesquita aos seus 59 anos. Ele era um dos dez companheiros abençoados que, segundo o Profeta Muhammad, seriam recompensados com o Paraíso.

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