Nizam
Fonte: Jami li-Ahkam al-Quran, Jami al-Bayan, Tafsir al-Kabir, Asbab al-Nuzul

"Não é possível que qualquer profeta defraude; e quem defrauda, comparecerá com o que tiver tomado, no Dia da Ressurreição, quando cada alma será recompensada segundo o que tiver feito, e não será injustiçada." (3:161)

O versículo acima trata da questão da defraudação, ou mais especificamente do roubo através da enganação. É narrado que após a Batalha de Badr, alguns hipócritas cujo desejo era criar divisão entre os muçulmanos, acusaram o Profeta de ter tomado para si escondido um pedaço de tecido que havia sumido dentre os espólios. E então, o versículo foi revelado, atestando não somente a inocência do Mensageiro de Allah, mas de todos os profetas de tal acusação. O versículo também narra o destino daqueles que se apropriarem erroneamente dos bens alheios: virão com o que quer que tenham roubado atado aos seus pescoços no Dia do Juízo.

Outros comentaristas associam a revelação do versículo ao desespero dos arqueiros, que abandonaram sua posição na batalha de Uhud, temendo que os espólios não fossem divididos corretamente, e eles fossem injustiçados pelo Profeta. Já um terceiro grupo de exegetas, associa o versículo a uma clarificação geral de que o Profeta não esconde ou "defrauda" nada da Revelação vinda para a humanidade, nem a oculta das pessoas. Uma quarta associação da revelação é ligada a um hadith no qual um coletor de zakat aceitou "presentes" daqueles dos quais ia cobrar, e foi repreendido pelo Profeta por seu ato injusto de levar das pessoas mais do que deveria.

Tafsir de Referência: Qurtubi, Jami li-Ahkam al-Quran; Tabari, Jami al-Bayan; al-Razi, Tafsir al-Kabir; al-Wahidi, Asbab al-Nuzul.

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