Busto de bronze de Mimar Sinan na Caferağa Medresseh, Istambul | Wikimedia
Mimar Sinan nasceu em 1489, filho de pais cristãos gregos ou armênios, viveu durante o apogeu do Império Otomano e foi responsável por fazer alterações no cenário de Constantinopla (atual Istambul) que mudaram a cidade para sempre.
Sinan começou a vida reproduzindo o ofício de seu pai: era pedreiro e carpinteiro. Entretanto, em 1512, Sinan foi convocado para fazer parte do corpo militar dos Janízaros e se converteu ao Islam. Seu período como parte das forças armadas otomanas foi de muito estudo e treinamento. Ele chegou a se tornar Oficial de Construção e galgou posições até virar Chefe de Artilharia. Durante o tempo em que era militar, Sinan empreendeu diversas viagens para os territórios conquistados pelos otomanos: Síria, Iraque, Pérsia, Egito e Bálcãs. Nessas viagens, Sinan era responsável por um corpo de engenheiros dos militares e comandava a construção de mesquitas e edifícios civis nas novas cidades otomanas.
Em 1538, Sinan já era bastante popular na capital do Império, Constantinopla, onde foi apontado para ser Arquiteto-Chefe do sultanato na capital. Os talentos de Sinan foram desvelados na década de 1530, quando desenhou e construiu diversas fortificações e pontes militares.
O estilo de Sinan foi influenciado pela antiga basílica, então mesquita, Santa Sofia. Os arquitetos otomanos se inspiravam no domo da mesquita para projetar outras mesquitas. Então, as mesquitas otomanas se baseavam no princípio de haver um grande domo central sobre a mussala, onde ocorriam as orações, sustentada por domos menores nas laterais.
No começo de sua carreira, Sinan construiu pequenas mesquitas ao redor do Império. Ele foi responsável pela construção da Mesquita Khusruwiyah em Alepo, na Síria e pela renovação das mesquitas do Imam Abu Hanifa, em Bagdá, no Iraque e da mesquita de Jalaluddin Rumi, em Cônia, Anatólia.
As duas obras mais famosas de Sinan foram a Mesquita Süleymaniye em Constantinopla e a Mesquita Selimiye em Edirne.
Pátio da Mesquita Süleymaniye | Wikimedia
A Mesquita Süleymaniye foi construída na década de 1550 e é considerada sua obra mais refinada. Ela foi baseada no design da Santa Sofia, possuindo um grande domo com 32 aberturas, iluminando, de maneira singular, o interior da mesquita. É uma das maiores mesquitas construídas durante o Império Otomano. Além de um espaço de orações, a mesquita tem quatro madraças, um grande hospital e uma escola de medicina, uma cozinha-refeitório, banhos públicos, lojas e estábulos.
Interior da Mesquita Süleymaniye | Wikimedia
Sinan, entretanto, considerava que a Mesquita Selimiye, em Edirne, era sua obra-prima. Foi construída durante as décadas de 1560 e 1570, baseada no princípio de um domo central sustentado por enormes pilares dentre os quais se encontram impressionantes arcadas recuadas. A cúpula fica inserida entre os quatro maiores minaretes da Turquia.
Mesquita Selimiye em Edirne, Turquia | Wikimedia
Sinan morreu aos 98 anos, em 1588 e foi sepultado numa tumba simples, projetada por ele mesmo nos fundos de seu jardim, perto da Mesquita Süleymaniye, em Constantinopla.
Durante sua vida, o Império Otomano viu suas mais magníficas construções surgirem e seu legado não se limitou às suas duas grandes mesquitas. Ele construiu outras 79 mesquitas, 34 palácios, 33 banhos públicos, 19 tumbas, 55 escolas, 16 asilos, 7 madraças e 12 caravançarais, 8 pontes, além de celeiros, fontes, aquedutos, hospitais e muitos outros edifícios públicos.
Ponte Mehmed Paša Sokolović em Višegrad, Bósnia e Herzegovina | Wikimedia
Seus aprendizes foram responsáveis pela construção de outros marcos importantes, como a Mesquita Azul (Mesquita Sultanahmet), em Istambul, e o Taj Mahal, em Agra, Índia.
Mimar Sinan é considerado o maior arquiteto muçulmano da história e suas obras são um dos grandes símbolos do Islam ainda hoje, mais de 400 anos após sua morte.