A origem do icônico apelido
Por volta de 1606 encontrou sua estadia junto aos turcos da Tunísia. Seu apelido peculiar se deve ao fato de ser obcecado pela criação de pássaros. Nesse país, os moradores locais costumavam chamá-lo de Jack Asfur, que em árabe significa “pardal”, sendo o seu equivalente “sparrow” na língua inglesa, a língua mãe de Jack. Após converter-se ao Islam, adotou o nome de Yusuf Reis.
A conversão ao Islam
Após algumas expedições no mar, saqueando alguns navios Venezianos, Sparrow volta para a Tunísia em 1607. Na Tunísia ele ficou sob a proteção de Kara Osman, uma importante figura local, e em algum ponto aceitou o Islam. Antes de sua conversão, Sparrow era um beberrão de rum, assim como os demais piratas europeus. Abandonou esse hábito logo após abraçar sua fé no Islam.
Porém Jack Sparrow não estava sozinho: ele era casado com outra renegada da cristandade, conhecida como Jessimina, a Siciliana (a Sicília já tinha sido um emirado islâmico), que por sua vez também era convertida à fé islâmica. Construiu sua vida na Tunísia, tendo inclusive menções de ter construído um belo palácio no local, descrito em 1616 por William Lithgow como “adornado em mármore e pedras de alabastro”.
Seu legado e influência
As baladas cantadas nas ruas inglesas na época retratavam como o “pirata mais famoso do mundo” aterrorizava os mercadores da França, Espanha, Portugal e Veneza. As mães contavam a história para seus filhos sobre “o demônio que não temia nem Deus nem o Diabo, cujos feitos eram maus e os pensamentos malignos”. Clérigos em seus púlpitos iriam esbravejar que Ward e seus renegados terminariam seus dias em bebedeira, luxúria e sodomia confinados nos sibaríticos palácios tunisianos, conforme menciona Adrian Tinniswood.
Ocorre que após o fim de al-Andaluz assim como a queda de Granada, o último reduto muçulmano na Península Ibérica, Sparrow foi fundamental para o resgate de centenas de judeus e muçulmanos espanhóis fugidos da Inquisição e dos Reis Católicos, que foram perseguidos e expulsos de sua terra natal por cristãos nos séculos XVI e XVII.
Homens como o capitão Ward de Kent espantaram seus compatriotas ao adotar apaixonadamente o Islam, combatendo assim a Inquisição e os poderes expansionistas Europeus. Contemporâneos chamavam esses homens de corsários, mas eles se consideravam mujahidin, isto é, “combatentes da fé”. Alguns desses homens estão entre os mais pios muçulmanos que a Inglaterra já viu e há de ver.
Bibliografia
Lamborn Wilson, Peter. Pirate Utopias: Moorish Corsairs and European Renegadoes. Autonomedia.
Tinniswood, Adrian. Pirates of Barbary. Vintage Books. 2010
http://www.masud.co.uk/ISLAM/ahm/ward.htm