O viajante, jurista, diplomata e cronista muçulmano marroquino Ibn Battuta (1304-1377) esteve em Constantinopla no final do ano 1332, deixou um interessante relato de seu encontro com o ex-imperador bizantino Andronikos II Palaiologos (1259 –1332), que havia abdicado ao trono em favor de seu filho e se dedicado a vida monástica num monastério ortodoxo-grego:
"Eu estava fora um dia com meu guia grego, quando encontramos o ex-rei Jirjis [Andronicos II] que se tornou monge. Ele estava andando a pé, vestindo roupas de tecido de crina e um capô de feltro, e ele tinha uma longa barba branca e um rosto fino, que trazia vestígios de suas austeridades. Ante e diante dele haviam grupos de monges, e ele tinha um bastão na mão e um rosário no pescoço.
Quando o grego o viu, ele desmontou e me disse: "Desmonte, pois este é o pai do rei". Quando meu guia o saudou, ele perguntou sobre mim, então parou e veio a mim. Ele tomou minha mão e disse ao grego (que conhecia a língua árabe): "Diga a este sarraceno (que significa muçulmano)", aperto a mão que entrou em Jerusalém e o pé que andou dentro da Cúpula da Rocha e a grande igreja do Santo Sepulcro e Belém", e ele colocou a mão nos meus pés e passou sobre seu rosto.
Fiquei surpreso com a boa opinião de quem, embora não de sua religião, tivesse entrado nesses lugares. Então, ele pegou minha mão e quando andei com ele me perguntou sobre Jerusalém e os cristãos que estavam lá, e me questionou por completo."
Fonte: Uma tradução para o inglês de "al-Rihla'' ou "A Viagem'' de Ibn Battuta compilada por Ibn Juzayy, sob o título: "The Travels of Ibn Battuta", Tim Mackintosh-Smith, pg. 134.