Nizam

A oftalmologia foi uma das áreas mais desenvolvidas no mundo muçulmano medieval, e a profissão oculista ou "kahhal" era uma de grande prestígio. Durante o período, polímatas muçulmanos criaram diversos instrumentos cirúrgicos para facilitar suas atividades, incluindo finas agulhas de sucção a base de vidro que eram utilizadas para operações oculares de catarata.

Um dos maiores nomes desse campo na medicina foi o árabe Ammar ibn Ali al-Mawsili (996 -1020) de Mossul no Iraque, inventor da seringa.

Outro grande nome da época foi Ali Ibn Isa al-Kahhal (940-1010), que em seu "Manual do Oculista" descreveu por volta de 100 doenças oculares, suas localizações anatômicas e seus tratamentos. Ele foi o primeiro a diagnosticar a Síndrome de Vogt – Koyanagi – Harada (SVKH), inflamação ocular associada a um clareamento distinto dos cabelos, sobrancelhas e cílios.

Ibn Isa também foi o primeiro a classificar a epífora como resultado de uma afetação no pterígio. Além dessa descrição pioneira, também sugeriu tratamentos para a epífora com base no estágio da doença. Ele também é considerado o primeiro a descrever arterite temporal.

Médicos muçulmanos medievais foram os primeiros a diagnosticar condições como pannus, glaucoma e doenças conjuntivas, bem como divisões oculares e seus tratamentos específicos. Outros polímatas muçulmanos que contribuíram para a oftalmologia foram Ibn Sina, Ibn al-Nafis, al-Razi e Ibn Rushd, o primeiro a atribuir propriedades fotorreceptoras à retina.

Ibn Rushd também foi o primeiro a sugerir que o principal órgão da visão poderia ser a membrana aracnóide (aranea) que em sua homenagem ficou conhecida como "aranea averroísta", e, por sua vez, levou à descoberta de que a retina é o principal órgão da visão. Nas cortes Abássida dos califas de Bagdá, médicos cristãos assírios também fizeram grandes contribuições, destacando-se figuras como Jabril ibn Bukhtishu, Yuhanna ibn Masawaih e Hunayn ibn Ishaq al-Ibadi.

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