"Na criação dos céus e da terra; na alteração do dia e da noite; nas embarcações que navegam o mar para o benefício do homem; na água que Deus envia do céu, com a qual vivifica a terra, depois de haver sido árida e onde disseminou toda a espécie animal; na mudança dos ventos e nas nuvens submetidas entre os céus e a terra, há sinais para os que refletem." (2:164)
As razões pelas quais este versículo foi revelado segundo os exegetas são duas: uns associam-no como resposta ao pedido de um milagre, no qual os politeístas pediram que o Profeta transformasse o monte Saffa em ouro, como um sinal da verdade do que dizia, e cuja resposta divina foi o próprio versículo.
Outros o associam ao questionamento dos politeístas de como um só único Deus poderia cuidar de tudo no Universo, ao que foram respondidos com o versículo para que refletissem nos sinais ao seu redor. Allah atesta através deste versículo, que o maior sinal para as perguntas existenciais humanas e os pedidos de milagres como comprovações estão em Sua própria criação, para os capazes de refletir.
Embarcações são significantes como sendo o único item do versículo de fabricação humana, mas que são tão frágeis em sua conexão ao mundo natural, que uma simples mudança nos ventos pode fazê-las afundar, senão pela Misericórdia divina, o que prejudicaria não só os tripulantes, mas toda uma cadeia de indivíduos dependentes de sua carga. A analogia do desespero humano e apego ao Criador durante as tempestades em embarcações, e a ingratidão quando elas cessam, aparecem em outros versículos (29:65, 31:32).
Tafsir de Referência: Ali ibn Ahmad al-Wahidi, Asbab al-Nuzul/ The Study Quran – A New Translation and Commentary