Nizam


Mongóis do exército de Hugalu sitiando Bagdá em 1258.

Muitos relatos históricos detalham a crueldades dos invasores mongóis. Após sua tomada por Hulagu Khan, neto de Gengis, em 1258, Bagdá, capital do califado abássida, tornou-se uma cidade despovoada e destruída por vários séculos e só gradualmente recuperou parte de sua antiga glória.

Os mongóis saquearam e destruíram mesquitas, palácios, bibliotecas e hospitais. Livros de valor inestimável das trinta e seis bibliotecas públicas de Bagdá foram destruídos, e os saqueadores usaram suas capas de couro como sandálias.

Grandes edifícios que tinham sido o trabalho de gerações foram queimados até o chão. A Casa da Sabedoria (a Grande Biblioteca de Bagdá), contendo inúmeros documentos históricos preciosos e livros sobre assuntos que iam da medicina à astronomia, foi destruída.

Sobreviventes disseram que as águas do rio Tigre corriam negras com a tinta das enormes quantidades de livros lançadas no rio e vermelhas do sangue dos cientistas e filósofos mortos.

Os cidadãos tentaram fugir, mas foram interceptados por soldados mongóis que mataram em abundância, não poupando nem mulheres, nem crianças. As estimativas das mortes variam entre 90 e 200 mil pessoas. O califa al-Musta'sim foi capturado e forçado a assistir enquanto seus cidadãos foram assassinados e seu tesouro saqueado.

Segundo a maioria dos relatos, o califa foi morto por atropelamento de cavalos. Os mongóis enrolaram o califa em um tapete e montaram seus cavalos sobre ele, pois acreditavam que a terra ficaria ofendida se fosse tocada por sangue real. Mas o viajante veneziano Marco Polo, que viveu na corte mongol de Kublai Khan, escreveu que al-Musta'sim foi trancado em uma torre sem nada para comer além de ouro e "morreu como um cão".

Todos menos um dos filhos de al-Musta'sim foram mortos, e o único filho sobrevivente foi enviado para a Mongólia. Hulagu teve que mover seu acampamento contra o vento da cidade, devido ao cheiro insuportável dos milhares de corpos que deixou apodrecendo.

Disse o historiador persa do século XIV, Wassaf al-Hadrat, descrevendo a destruição: "Eles varreram a cidade como falcões famintos atacando um bando de pombos, ou como lobos furiosos atacando ovelhas, com rédeas soltas e rostos desavergonhados, assassinando e espalhando o terror... camas e almofadas feitas de ouro e incrustadas com jóias foram cortadas em pedaços com facas e rasgadas. Aquelas se escondendo por trás dos véus do grande Harém foram arrastadas... pelas ruas e becos, cada uma delas se tornando um brinquedo... enquanto a população morria nas mãos dos invasores".

A esposa cristã nestoriana de Hulagu, Dokuz Khatun, intercedeu com sucesso para poupar a vida dos habitantes cristãos de Bagdá. Hulagu ofereceu o palácio real do falecido califa ao patriarca nestoriano Mar Makikha e ordenou que uma catedral fosse construída para ele.

Bibliografias:

- Saunders, J.J. 2001. The History of the Mongol Conquests.
- Morgan, David. 1990. The Mongols
- Amitai-Preiss, Reuven. 1998. Mongols and Mamluks: The Mamluk-Ilkhanid War, 1260–1281

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