Nizam
Fonte: Ibn Kathir, The Battles of the Prophet

A Batalha de Hunayn foi travada entre os muçulmanos e a tribo beduína dos Hawazin e a subtribo dos Thaqif em 630 d.C. no Vale de Hunayn, na rota que ia de Meca até Taif.

Os Hawazin eram inimigos de longa data do povo de Meca. Eles viviam ao nordeste de Meca e seu território ficava próximo a uma rota que levava ao Iraque. Eles eram aliados dos Thaqif, um ramo dos Hawazin que se estabeleceram na cidade de Taif. Essa aliança se envolveu em diversas guerras a respeito das rotas comerciais entre Taif e Meca.

Com a ascensão de Muhammad, acreditavam que ele se tratava de mais um líder dos Quraysh que viria para subjugá-los. Eles pensavam que uma guerra contra os muçulmanos era inevitável e imaginavam ser possível se aproveitar da confusão que se deu em Meca após os muçulmanos assumirem o controle da cidade. Então, as lideranças dos Hawazin e dos Thaqif formaram uma confederação de tribos com os Nasr, Jusham, Banu Saad, Banu Hilal e outros em Awtas, uma cidade da Arábia.

Naquele dia, haviam cerca de doze mil muçulmanos prontos para o combate. Dez mil deles acompanharam o Profeta na Conquista de Meca e os outros dois mil tinham se convertido ao Islam há pouco tempo, com esse segundo grupo sendo liderado por Abu Sufyan. Apesar de a confederação estar em maior número, não havia nenhuma estratégia sofisticada para avançar contra os muçulmanos. Assim, os muçulmanos ficaram confiantes. 

A princípio, os Hawazin e os Thaqif esperavam atacar os muçulmanos enquanto eles sitiavam Meca. Os muçulmanos souberam das intenções deles contando com espiões em suas tribos. Dessa forma, marcharam contra os Hawazin duas semanas após a conquista de Meca.

Em 10 de Shawwal do ano 8 após a Hégira, durante a noite, o exército muçulmano chegou em Hunayn. A estratégia da confederação era a de atirar pedras em todo muçulmano que avistassem e fazer um ataque direto a um muçulmano com apenas um de seus homens.

Quando os muçulmanos acamparam, flechas começaram a cair incessantemente. Os confederados iniciaram um ataque feroz, obrigando os muçulmanos a recuar, em desordem. Diz-se que apenas alguns homens ficaram no local para lutar, entre eles: Ali ibn Abi Talib, Abu Bakr, Omar, Abbas ibn Abdullah, Fadl ibn Abbas, Usama ibn Zayd, Abu Sufyan ibn al-Harith e Ayman ibn Ubayd, que foi morto nesta batalha, defendendo o Profeta.

Para motivar com que os outros voltassem para o campo de batalha, Muhammad disse: “Vamos, povo! Eu sou o Mensageiro de Allah. Eu sou Muhammad, o filho de Abdullah”, e suplicou: “Ó, Allah, envie Sua ajuda!”. Os confederados ficaram confusos, alguns fugiram e outros foram mortos em batalha. Nesta batalha, os muçulmanos foram capazes de capturar todos os seus camelos, armas e gado.

Um versículo do Alcorão, segundo os eruditos, fala dessa ocasião:

“Deus vos socorreu em muitos campos de batalha - como aconteceu no dia de Hunayn, quando vos ufanáveis da vossa maioria que de nada vos serviu; e a terra, com toda a sua amplitude, pareceu-vos pequena para empreenderdes a fuga.” [9:25] 

Referências:
"When The Moon Split". Darussalam. 1 July 1998 – via Google Books.
The sealed nectar, By S.R. Al-Mubarakpuri,
Najibabadi, Akbar S. K. HISTORY OF ISLAM - Tr. Atiqur Rehman (3 Vols. Set). Adam Publishers & Distributors.
IslamKotob. Tafsir Ibn Kathir all 10 volumes.
Tabaqat al-Kubra - Sha'rani - الطبقات الكبرى: History - Islamic - Sufi Studies: By Sha'rani, Ahmad Abdul Wahab Bin Ahmad, DKI, Beirut
Ibn Kathir, The Battles of the Prophet, p. 175-176
"Battle of Hunayn, Witness-Pioneer.com"

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